sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Nem sempre há silêncio. Por opção, sempre há barulho. Para pensar, para deixar fluir… ao menos uma música se faz necessário. Smiths nunca erra na busca do meu cerne.

Se fez urgente a ação de voltar a escrever. Percebo traços tóxicos para com os ouvidos que me cercam, agradeço a cada um, porém entendo que nem tudo é para se falar, nem tudo é para se ouvir, nem tudo é para se saber. Afinal, alguém quer saber de alguma coisa? Percebo que há busca, percebo que sou canal de conhecimentos específicos, me satisfaço na idéia de que tenho algo a acrescentar. 

Mas as vezes no silêncio, parece que toda essa construção se desfaz. Logo entendo a atividade cerebral me questionando: sabotagem ou ação? Antes de iniciar a escrita, passei +20 minutos nas redes sociais, e por algum motivo, pela segunda vez na vida, o insight: o que isso está me acrescentando? 

Esse ano, 2023, fui convidada a crescer. Mas como, se o tempo todo a gente tá crescendo, em tantas áreas? Quando regredi? Será que foi aquele convite de cura, aquela passagem para o coração de uma criança? E assim me permiti regredir a tantos pontos passados… tem sido uma jornada e tanto! 

Por que escrever? Por que essa necessidade de colocar pra fora? Ainda me falta uma nutrição, uma coragem que não sei onde encontrar. Um medo cerca na busca de querer e não conseguir ser. Tanta coisa pra ser colocada pra fora. Tanta coisa para jogar ao vento, para que esse mesmo vento sopre nos ouvidos que precisam por bem ou por não tão bem assim, rs.

Primeiro eu precisei renascer, eu me pari na mais verdadeira entrega ao feminino sagrado que sou, que é, que somos. Reaprendi tanta coisa. É urgente que se torne ação, entendo que minha cabeça não aguenta mais guardar tanta informação.
Cara, eu precisei tomar uma picada de escorpião para ter imunidade para o que estava por vir! Como um guia, O Louco me convidou a caminhar beirando o abismo, que me olha e deixa ser olhado. Isso é muito sobre minha depressão, reconhecê-la sempre, mas não deixá-la dominar quem eu pretendo ser. Que luta, meus caros, que luta! 

Aqui vai mais uma autojustificativa: eu decidi escrever independente da ordem dos pensamentos. Muitas vezes a ideia parece um texto comercial, algo a se compartilhar, abri uma conta na porra do Medium. Mas eu sempre caio no meu EU bagunçadinho. Me retorno as narrativas antigas, não acho que devo me desapegar do passado, passando uma borracha. Minhas lembranças me preenchem, principalmente quando as consigo colocá-las no lugar certo: passado. Tem tantas aventuras nesse blog, que não vejo porque não depositar aqui essas paranoids.

Me aproximei de pessoas que trouxeram toda joviedade que eu havia largado mão de ser, de tentar ao menos. E assim me vi crescendo, em questão de semanas, poucos meses... uma crescente absurdamente clara, vívida diante meus olhos. Explosiva! Cheia de tesão! PQP, quantos hormônios meu corpo ainda é capaz de produzir? Gracias madrecita, por curar aquilo que a gente nem lembra. Mas aqui também mora uma fita, uma questão enorme: como administrar uma rotina que representa de fato meus 30tão... e viver com uma adolescente em transição para fase adulta querendo chutar todos os baldes no caminho. Querendo experimentar todas as experiências ao máximo. Querendo viver aquele fervor de um beijo tão esperado, de um toque desejado, de prazeres não vividos. Será que perdi tempo? Será que ele tem se apresentado como alternativa? Será que são minhas próprias ilusões e fuga de uma realidade que só mora aqui na minha mente? Que culpa carrego pelos meus pensamentos? Já me disseram que não há culpa. Então, por que não há permissão? Ação.


Walk in silence.

Nem tudo é publicável, mas uma hora sai.

muladhara

" um belo dia resolvi mudar, e fazer tudo o que eu queria fazer" HAHAHAHA não sei de onde as pessoas tiram que é simplesmente QUER...